sexta-feira, 25 de março de 2011

Séries - Misfits


   Nathan – “Sabe por que eu não tenho poderes? Porque Deus não mexe na perfeição.”   

Um quinteto de desajustados de vinte e poucos anos está cumprindo pena de serviços comunitários quando uma estranha tempestade – raios, inclusive – cai sobre eles. Depois, aos poucos descobrem que ganharam poderes como invisibilidade, telepatia, viagem no tempo e despertar a libido de outros violentamente (!).

Misfits é uma série sobre jovens com super poderes. E fico feliz em não escrever “é uma série sobre jovens heróis”. Até que enfim decidiram inovar de vez essa história de “mutantes”, se é que o termo se encaixa.
                Eu já estou cansada dessa lengalenga do bem que triunfa sobre o mal. É como uma historinha contada para crianças, onde você deve ensiná-la a ter um bom caráter. É eu sou do tipo que torce pelo coringa e quer que o morcego se dane. E eu me pergunto, onde fica a fraqueza do herói? Sua parte humana? Até o momento, só vi uma produção abordar esse tema de forma mais realista: Jumper! Até eu, se tivesse aquele poder, iria roubar um banco e viver a La vida louca.


Em Misfits, um grupo de jovens ganha poderes depois de ser atingido por um raio. Eles estão prestando serviço comunitário, então podemos defini-los como marginais (lembrando que esse termo pode ser usado até mesmo para infratores presos por roubar doces, como é o caso do Nathan). Eles não foram os únicos afetados, mas é no grupo que a história fica focada. Começa uma trama de indecisão. O que fazer com super poderes? Será que eles são bons? Será que eu estou destinado a ser um herói? E se eu usasse isso a meu favor?



                A princípio, todos vivem um momento de abalo e fascínio. Passam a usar seus poderes para satisfazer seus próprios desejos.  É ai que você percebe o quão humano eles são. Diferente de tramas como Heroes ou Ex-Men, onde a primeira idéia é sair correndo para salvar o gatinho na árvore, existe aqui mais do que mocinhos e vilões. São pessoas que receberam uma grande chance de mudar o mundo, mas o seu mundo.
Esse é o ponto forte da série. Nathan, Curtis, Simon, Kelly e Alisha, cinco adolescentes tentando encontrar um caminho. Aos poucos eles percebem que seus poderes podem ser um fardo difícil de carregar. Ficam em dúvida sobre se esconder ou mostrar-se ao mundo. E se nos prenderem em laboratórios? Vão nos submeter a testes dolorosos? Esse questionamento é clássico para qualquer um com poderes, mas as formas com que eles lidam com isso estão muito próximas dos pensamentos que teríamos na realidade.

A série não tem medo de mostrar o que são esses jovens. Estão na fase da “zoeira”, muita bebida e muito sexo rola em cena, o que pode ser desagradável á pessoas cujos pais ficam atrás do PC, então recomendo que retirem os adultos do local. Também é a época de afirmação social. Simon, o cara estranho do grupo, é exemplo disso. Constante motivo de piadas para os colegas, principalmente para Nathan, que cá entre nós é responsável por 99.9% da comédia na série. Ele se sente um Deus, e seu jeito debochado é hilário. As garotas da série são bem diferentes entre si. Enquanto Kelly tenta mostrar que não é qualquer uma, Alisha só quer saber de pegar todo mundo! Curtis é o cara “comum”, digo isso por que não notei nele uma característica que predomina. Ele era só um cara no lugar errado na hora errada.
Também é interessante o fato dos poderes refletirem a personalidade e os desejos de cada um. Até nisso os conflitos pessoais são refletidos. Não vou entrar em muitas questões sobre isso por que não quero dar nenhum Spoiler aqui. Na verdade o JC me proibiu, porque ele ainda não terminou de assistir.
A série tem duas temporadas que prendem a atenção e não pecam pelo tédio. Eu comecei a assistir e cheguei a passar o dia baixando para não deixar escapar a emoção do momento. Impossível parar de acompanhar, cada episódio desperta sua curiosidade para o próximo.


Misfits mostra as verdadeiras dúvidas de um “super-herói”, sugere que assim como ficamos indecisos na hora de escolher algo básico, como o curso da faculdade, também ficaríamos confusos se recebêssemos dons extra-ordinários. Não vamos simplesmente sair por ai sendo super heróis ou vilões que destroem a cidade. Afinal, ser ou não ser é um conflito muito complexo. Eis ai a questão!


2 comentários:

  1. Oie... me add no meus favoritos, e eu te add...
    www.eugostonomeumundo.blogspot.com

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  2. Adoreiiiiii..uahdsauhs
    esperando ..partindoo pra terceira temporada :)

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