O livro de Allan Pitz foi o sexto livro que eu recebi no
Book tour do Selo brasileiro.
Palavras do autor: "Nesse livro em especial não me prendi a nada; fiz como fazia nos palcos: montei um personagem e deixei fluir tudo na sua sintonia. O protagonista, Luiz Aurélio, encontra-se num estado de perturbação mental contínuo: não existe mais verdade ou ilusão; existe a sua realidade tragicômica tosca de perdas super valorizadas e ciúmes." Apresentação do livro: É verdade, eu matei o cozinheiro. Em momento algum deste livro negarei que matei o sórdido cozinheiro com minhas próprias mãos de escrever versos. Havia motivo claro em saciar-se com a sua morte, morte de quem por carne e gozo objetou-se ao incomensurável amor que me tornava tão puro. Eu estripei-o com suas facas imundas de trabalho banal, e escalpelei por mimo infantil, de criança brincalhona, ao ver os índios e escalpes na TV. Matei o demônio com noventa facadas, cultivando um novo demônio sanguinário em mim, portanto não negarei ter feito a coisa mais maravilhosa que eu poderia fazer por minha inconsequência gloriosa naquele momento: Eu matei o cozinheiro.
O nosso protagonista, Luiz Aurélio fica revoltado e
indignado depois de terminar seu relacionamento com Carmem, a quem ele descreve
sempre como dona de uma incrível beleza e perfeição. Ela agora está junto de um
cozinheiro e ele tem motivos para acreditar que deve protegê-la desse novo
namorado que não parece ser tão bondoso como todos dizem.
Só não digo mais detalhes sobre a história pois o livro é
realmente curto, o que por um lado é benéfico por outro peca, já que essa história
poderia ter se desenvolvida de uma maneira mais elaborada. Mas a forma como foi
criada não é ruim. Conduz o leitor de uma maneira quase que impulsiva, já que o
livro é “pequeno” o tempo de leitura dedicado a ele passa sem ser percebido.
O estilo do autor é singular. Pois, mesmo que em uma
narração de pensamentos e fatos não deixa de ter um toque poético, uma escrita
que confesso não ter visto em outro livro e que me agradou bastante.
A morte do cozinheiro não é um livro de estilo
investigativo, no qual tentamos ao longo da história descobrir quem matou o tal
cozinheiro. O assassino conta que cometeu o crime logo no início, narrando ele
mesmo a história. O que me leva a outro ponto, o da veracidade dos fatos dentro
da história. Já que ele é narrado em 1º pessoa não temos um vislumbre do que se
passa na cabeça das outras personagens e não sabemos “quem diz a verdade” o que
abre múltiplas interpretações para seu final.
Um livro de qualidade que vale ser lido e acima disso
admirado.
Nota: 3
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